POEMA VIGÉSIMO NONO
As cotovias mandaram chamar a Palavra,
Gostaríamos de voar contigo!
Por quê?, disse a
Palavra,
se podeis livremente voar no azul do céu,
sobre
o mar, e também sobre bosques e searas,
poisar até no cume frio das altíssimas
montanhas.
Pois sim, concordou
uma delas,
mas como faremos para voar, como tu,
até ao coração do homem?
E a todas a Palavra
respondeu:
Não, amigas,
não sou eu que voo até ele.
É o
seu coração que sempre me procura
para oferecer-me a
capacidade e a alegria de voar
para lá do azul do
céu e para lá da imensidão do mar,
muito para além dos
bosques, das searas,
e mais alto, ainda
mais alto
que o cume frio das montanhas.
Sem
nunca chegar ao fim de nada,
mas ao
início de tudo.
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