domingo, 30 de outubro de 2011

ENVELHECER

Quero ter o direito de envelhecer sem culpa, sem ter que me preocupar de esconder os fios de cabelos brancos ou apagar a história escrita na minha face em traços marcados pelos momentos que vivi. Quero ter a serenidade que todos desejam e poucos alcançam, buscando a forma de parecer mais jovem. Fui menina e vivi intensamente minha meninice; fui jovem adolescente e passei por todas as fases: chatas, boas e ruins; próprias da idade. E como jovem adulta aprendi com erros a me levantar após a queda, a esperar e ter esperança. Como jovem senhora passei por tudo que a vida nos presenteia, tive e senti a maravilhosa dádiva de ser mãe..., esposa, mulher, amante e amada. Hoje me preparo para nova fase sou quase uma "velha" senhora, porém sem ser uma senhora velha. Quero desfrutar de tudo que me é de direito: esquecer e depois me lembrar..., caminhar em passos mais lentos e... se correr poder cansar. Perder-me no silêncio e me encontrar nos risos e sorrisos. Relembrar fatos já idos e sentir um aperto no peito; reviver bons momentos, rever velhos e bons amigos rir com eles e chorar também... Quero continuar a sentir a vida... Participar da história de meus filhos e quem sabe de netos e... bisnetos; que também é e será um pouco a minha história. Afinal foi como tudo começou







Estela Cristina B. Terra

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O tecido da vida
Texto de Elizabeth Cavalcante


O tecido de que é feita a vida é composto por muitas tramas, algumas simples, outras com grande multiplicidade de cores e formas, que formam um grande mosaico.

E a principal matéria-prima deste tecido é, sem dúvida alguma, a emoção.
Cada pequeno ato que praticamos, estejamos nós conscientes ou não, é direcionado por uma emoção.

Até mesmo a simples decisão de escolher o sabor de um sorvete é ditada pela sensação de prazer que ele nos proporcionará.
Se estamos tristes, certamente buscaremos naquele alimento, uma forma de compensação, ainda que momentânea, para esta emoção.


Por essa razão, é essencial que permaneçamos conscientes das emoções que estão predominando em nós.
Elas farão toda a diferença e determinarão se nossa vida será feliz ou miserável.

E, se as emoções são as principais componentes do tecido da vida, sem qualquer sombra de dúvida, o amor, a fonte mais poderosa de emoções positivas que temos à nossa disposição, coloca-se como o fio mais valioso deste tecido.

Quando vivemos em perfeita sintonia com nossa essência, com a fonte de amor que habita dentro de nós e que nos originou, nossa vida se transforma num êxtase permanente, pois o coração está sempre no comando.

Senti-lo pulsando a cada instante e conectando-se profundamente com o coração de cada ser que encontramos em nosso caminho, é a única maneira de conhecermos o real e verdadeiro sentido da palavra felicidade.

Busquemos, então, a cada dia, honrar o divino em nós, amando-nos e vivendo em perfeita sintonia com ele, pois só assim nossas ações serão totalmente fiéis aos anseios de nossa alma.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O AMOR

As sem-razões do amor



Eu te amo porque te amo,

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.



Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.



Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.



Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.



Carlos Drummond de Andrade