sábado, 29 de novembro de 2014

QUEM É VOCÊ?????

QUEM É VOCÊ?
Você, que está comigo,
que sem falar, me ouve,
 que vive nos meus pensamentos,
E para ti...
 Falo tanto?
Para você meu amigo, conto tudo!
Nada escondo, porque moras dentro de mim.
Você é o ser que me conhece mais que a mim,
No entanto, só te encontro aqui...
Bem dentro de mim!
 
Te crio, conforme preciso,
Te busco conforme a solidão,
Você nem sabe, mas te amo,
 Por me ouvir e estar aqui,
Sempre à mão!
 
Às vezes você é meu irmão,
aquele de carne,
irmão de sangue, que trago,
aqui, no pensamento,
 preenchendo minhas ausências,
 para te contar tudo o que aqui me vai.
 
Às vezes, tu és um primo, querido,
que está distante,
mas por lembranças queridas,
Te julgo meu confidente.
 
Tem dias...
Que te trago aqui,
Você, meu amigo,
companheiro de antigas jornadas,
que marcou a minha vida,
deixou suas partes em mim,
e agora, sozinha, te busco para contar...
 
Muitos momentos te trago,
Minha mãezinha querida,
Com medo de atrapalhar seu descanso,
mas existem aqui tantos  vazios,
que supres, 
 só por me  ouvir... apenas!
 
E nas horas de maior dor,
aquela saudade que aperta,
e não posso clamar por presença,
Te trago, filhos amados,
e lhes falo dessa ausência, tão longa!
Quem é você, meu amigo,
Que está sempre comigo?
Nas minhas noites de insônia,
nas minhas tristezas infindas?
És, um irmão,
Um filho, um amor,
Um pai, às vezes mãe.
Meu amigo!
Aquele,
 para quem desnudo meu mundo,
 entre lágrimas, choros e risos.
Todos que amo, busco,
e aqui quero comigo...
 Quando não posso ter a presença  que toca!
 
Mas você está tão presente,
mediante a intimidade que fica,
Que se não te toco com as mãos,
Toco-te com minha alma!
Nem sempre é só tristezas,
Vezes há,
que as notícias são boas,
Mas à volta não encontro...
quem queira comigo festejar.
Aí eu faço assim...
Escolho, um de vocês...
Um amigo, um irmão,
um filho, um amor,
E trago aqui para dentro,
E falo... falo e conto...
É um diálogo capenga,
onde somente eu falo tanto!
Mas fico aqui na esperança,
De ter alcançado seus sonhos.
Mas, o que mais me admira...
É que prá você... conto tudo!
Mas se vier...carne e osso!
Provavelmente... nada direi!
Quem é você?
Você é o que eu queria que fosse,
Nestas horas tão incertas,
Trouxesse  contigo um carinho,
Um abraço...
Uma palavra, que fosse!
E
 
 rompesse, nesse instante,
O cordão da solidão!
Irani Martins
22/05/2014

 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

OLHEI DENTRO DE MIM...


Olhei dentro de mim...
Vi apenas vísceras escuras...
E num momento de revolução interior, resolvi inverter as setas do meu caminho.
Coloquei-as no rodamoinho dos meus sentimentos e girei, para que o norte se voltasse para o sul.
E recomecei a caminhada, não andando para trás como caranguejo, tal qual diz o ditado antigo.
Nem mesmo querendo voltar ao passado, pois tenho consciência de que este se foi, para não mais voltar!
Nesse passeio de volta, vou olhar com olhos atentos...
Inquieta que fui, inconsequente, inconsciente dos meus valores, buscava a esmo o que julgava ser essencial, e fui perdendo, aqui e acolá, as minhas verdadeiras essências.
Vou trilhar a mesma jornada, olhando a mesma estrada, com os olhos da vivência, catando à beira da estrada, a esperança embaçada pela poeira do tempo, machucada pelo descaso, e recolhê-la ao meu mundo de desalentos.
Posso, de repente, me deparar com meus sonhos, jogados, esquecidos, na caminhada, e deitá-los no colo da minha esperança reconquistada, e renovar-lhe o sopro da vida.
E quem sabe encontro...
Sentada à beira do caminho, a criança que fui, com seu riso perdido, procurando por mim?

Poderei abraçá-la, sugar sua alma, imitar o seu riso e  por vida em mim.
E nessa estrada,  onde andava ao contrário, esse ser se completa, encontrando seu norte.
Vou caminhando de volta, brincando com minha criança, sorrindo do trinado das minhas risadas resgatadas, sonhando de novo, meus sonhos replantados, na esperança renovada, do meu coração que canta!
Olhei dentro de mim...
E sorri...
Para mim!

Irani Martins
27/11/2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

CAÇANDO TESOUROS...

E NO BAU DO ENCANTAMENTO, ENCONTREI ESTA PÉROLA...
 
O pulsar da poesia
 
Para me encontrar
fiz-me muitos outros...
Despi-me do mundo...

por amor ao poema.
Vivi em ilha habitada
por hífens e conjunções,
Cecílias e Florbelas,
Bilacs e Camões.
Do pólen, fui semente,
à espera da floração.
E penetrei na terra feito
raízes indomáveis, até o
o abissal do coração.
Com as plantas dos pés,
desnudas e doridas,
caminhei pelos galhos
sinuosos da árvore da vida.
Quando silenciou-se o
canto dos pássaros
e pereceu a beleza
das flores ao cair do dia,
era impossível voltar.
E entre os escombros
do encanto e os destroços
da estesia, não havia mais
ossos, só o pulsar da poesia...
 
(Wagner Andriote)

sábado, 22 de novembro de 2014

E...NOVAMENTE, VEM CHEGANDO O NATAL!

 
É NATAL...
E o dia esperado, já são contados nos dedos...
Impacientes, pela criança que espera o Papai Noel, com seu saco de presentes, e dentro dele, "AQUELE", escolhido por ela, sussurrado a ele em segredo,  à noite,  em suas orações.
Ansiosos pelas mães, que anotam em seus caderninhos o cardápio do dia, as providências a serem tomadas, para que tudo esteja perfeito para a chegada dos filhos e netos, que encherão a casa de ruídos, de risos, de uma alegria, há tanto tempo ausente!
A expectativa de rever uma mesa rodeada de pessoas queridas não tem preço, só é vencida pela alegria muito maior de ver concretizado o sonho.
Um conversê, um alarido, que ficará ressoando por muito tempo depois, nas lembranças rememoradas, dentro da saudade, que com certeza virá!
NATAL!
E andando na rua, já vemos tudo decorado, tornando a expectativa ainda maior, com o colorido, brilho e músicas de natal.
As vitrines nos convidam a entrar.
Um vestido novo seria bem vindo para uma linda festa!
Mas uma dúvida me bate fundo, no coração...
Não sei se preciso de algo novo para vestir, ou se preciso me desvestir?
Há um quê de acúmulo material no ar, que nos leva junto, na mesma corrente, e enchemos nossas casas de adereços, nossos corpos de adornos, e nossos filhos de mimos materiais.
E como parte dessa mesma corrente, vamos nos atrelando aos seus elos, prisioneiros do que nem precisamos, e talvez, nem mesmo queremos.
Apenas é Natal, e tudo isso é normal e faz parte. Afinal, venho vivendo assim, há anos...anos...anos..
Mas agora, sinto que preciso me desvestir, como se meu próprio corpo fosse demais, um peso que carrego, e fui acumulando sobre ele tantos adereços para me fazer mais bela, mas na verdade, apenas o tornei mais pesado.
Decidi, que não quero um novo vestido, sequer um belo adereço, também não posso me desvestir do meu corpo, mas posso me fazer mais leve.
Posso desvestir-me das vaidades que me tornaram elos da corrente que me aprisionou, das atitudes inconsequentes que me aprisionaram às inseguranças, e posso também me desvestir das presenças das pessoas que só me enxergam vestida e adornada.
HOJE COMEÇO A ME DESPIR.
Tenho agora, outros motivos para contar nos dedos, os dias que faltam para chegar o NATAL, e será, com certeza o melhor natal da minha vida.
Estarei lá, como sempre, minha mesa estará posta, com todos os mimos, com a mesma alegria, com um amor diferente, maior ainda, e eu estarei presente vestida de mim mesma!
Vou estar muito mais atenta às conversas, vou colher e apreciar cada palavra e cada sorriso, com os olhos, de um novo coração, renascido, das cinzas dos meus adornos.
Estarei mais presente do que nunca!
Nua das coisas impostas pelo mundo, carregada do que tenho de melhor para doar e para viver.
Meu adereço? O meu sorriso!
Usá-lo-ei como nunca!
Recuperarei  e compensarei o tempo que tantos brilhos ofuscavam minhas lágrimas!
É NATAL!
E EU NUA, VESTIDA DE MIM! 
 
Irani Martins
22/11/2014
 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CAÇANDO TESOUROS...

E continuando minha busca aos tesouros literários...
Sempre encontro uma jóia preciosa no baú
                        deste poeta:

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

E...CONTINUANDO MINHA SÉRIE DE CAÇA AOS TESOUROS...

 
 
 

E AS DELÍCIAS DA POESIA, CHEGA EM FORMA DE GRAÇA...
FALANDO DE AMOR, DE DOR, DE TRISTEZAS, SOFRIMENTOS E ALEGRIAS,
MAS NOS PREMIA, COM UMA SIMPLICIDADE E ALEGRIA, NOS SEUS VERSOS, QUE NÃO HÁ COMO NÃO SORRIR AO LER.
E DEPOIS DISSO...TUDO QUE VEMOS VIRA POESIA, MESMO QUE NÃO SAIBAMOS MUSICAR AS PALAVRAS, TAL QUAL FAZ ESSE POETA!

Olhei, Virou Poesia
 

sábado, 8 de novembro de 2014

LANÇAMENTO " ANUÁRIO POÉTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA"


 



          
  REFLEXÕES TARDIAS.         

                               Contudo... em tempo,

         Para minha mãe ...IRACEMA      
                       
Ela me amou...

A ponto de querer sempre estar comigo.

Preferindo minha presença à sua privacidade.

E esperou...

Esperou que eu crescesse,

Que amadurecesse e entendesse...

Entendesse a importância de se ter,

Uma cumplicidade de amor.

De estar junto por querer estar,

Por vontade de ali ficar,

Por interesse de ouvir contar...

Tantos fatos vividos e não percebidos,

Dada à urgência de estar crescendo

E vivendo sem tempo para me deter.

Aprende-se a olhar o belo,

Quando não mais corremos ao acaso,

Buscando conhecer a vida.

Aprende-se a ouvir o belo,

Quando já vivemos um pouco do mundo,

Mas nos detemos somente nas palavras belas.

Mas, de todo o belo apreendido...

O mais perfeito que conheci...

Foi Ela!

Nos seus cabelos brancos, lindos,

Emanando um respeito que só se adquire vivendo.

No seu olhar que transfere o que vai ao coração.

Em suas mãos, que transbordam carinhos,

E não conseguem, contudo, mostrar todo o seu amor.

E ela espera... ainda...

Eu sou toda a sua esperança...

E ao me ver... ela renasce!

Vive através de mim...

E do que represento para ela.

E conta... e reconta...

E espera que eu ouça...

Os fatos... os sonhos... as tristezas...

as mazelas.

A sua estória sobre a sua vida.

Eu aprendi a ouvir a magia,

Imaginar as cenas, e a desejar ser como ela.

Pena que tantos anos se passaram e eu os perdi,

Na urgência da ilusão que se foi,

Eu não os vivi como devia.

Só agora, vi o verde, o frio, a neve,

a luz do sol,

A brisa se transformando em vento,

A chuva, o verdadeiro cheiro do mundo.

Só agora eu a vi!

No reflexo da minha vida, encaixei a sua.

E o tempo ficou curto.

Ouvirei outras estórias?

Descobrirei outros tesouros...

Na comunicação muda do seu semblante?

Olharei novamente nos seus olhos,

Mergulhando no seu orgulho de mim?

Que fiz para merecer?

Apenas... e apenas isso!

Ela me quis e me amou por mim apenas!

Eu precisei de todos estes anos...

Para conhecê-la... querê-la mais...

E amá-la verdadeiramente!

 Irani Martins

  02.11.2003