domingo, 28 de setembro de 2014

PARINDO POESIA...


 


Poesia a gente não gera, pare!

Sai rasgando  a dor,

Tornando-a palpável,
 
Para depois, enfim...

Fazermos as pazes com ela.

 Irani Martins

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SOLIDÃO...


 
                          QUEM É VOCÊ?
Você, que está comigo, e sem falar me ouve, que vive nos meus pensamentos,
E para ti falo tanto?
Para você meu amigo, conto tudo.
Nada escondo, porque moras dentro de mim.
Você é o ser que me conhece mais que a mim, no entanto, só te encontro aqui...
Bem dentro de mim.
Te crio, conforme preciso,
Te busco conforme a solidão,
Você nem sabe, mas te amo, por me ouvir e estar aqui,
Sempre à mão!
Às vezes você é meu irmão, aquele de carne, irmão de sangue, que trago, aqui, no pensamento, preenchendo minhas ausências, para te contar tudo o que aqui me vai.
Às vezes, tu és um primo, querido, que está distante, mas por lembranças queridas, te julgo meu confidente.
Tem dia, que te trago aqui, você, meu amigo, companheiro de antigas jornadas, que marcou a minha vida, deixou suas partes em mim, e agora, sozinha, te busco para te contar.
Muitos momentos te trago, minha mãezinha querida, com medo de atrapalhar seu descanso, mas existem aqui tantos  vazios, que supres,  só por me  ouvir,  apenas!
E nas horas de maior dor, aquela saudade que aperta, e não posso clamar por presença, te trago, filhos amados, e lhes falo dessa ausência, tão longa!
 
Quem é você, meu amigo,
Que está sempre comigo,
Nas minhas noites de insônia, nas minhas tristezas infindas?.
És, um irmão,
Um filho, um amor,
Um pai, às vezes mãe,
Meu amigo!
Aquele, para quem desnudo meu mundo, entre lágrimas, choros e risos.
Todos que amo, busco, e aqui quero comigo,
Quando não posso ter a presença  que toca!
Mas você está tão presente, mediante a intimidade que fica,
Que se não te toco com as mãos,
Toco-te com minha alma.
Nem sempre é só tristezas,
Vezes há, que as notícias são boas,
Mas à volta não encontro quem me ame a ponto de comigo festejar.
Aí eu faço assim... escolho, um de vocês...
Um amigo, um irmão, um filho, um amor, e trago aqui para dentro,
E falo... falo e conto...
É um diálogo capenga, onde somente eu falo tanto,
Mas fico aqui na esperança,
De ter alcançado seus sonhos.
Mas o que mais me admira...
É que prá você... conto tudo!
Mas se vier...carne e osso...
Provavelmente... nada direi!
Quem é você?
Você é o que eu queria que fosse,
Nestas horas tão incertas,
E trouxesse  um carinho, um abraço,
Uma palavra, que fosse...
Que rompesse, nesse momento,
O cordão da solidão!
 
Irani Martins

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

DESCOBRINDO TESOUROS...

 
EXTENSÕES
 
Lugar bom de
se morar,
é dentro do coração,...

 
ainda melhor
se ao chegar,
você me abra o portão.
 
Lá tem cinemas,
tem Praça,
chocolates com poemas,
tem cafuné, vinho em taça,
sorriso, carinho,
amasso.
 
Esse lugar se encaixa,
direitinho,
no espaço,
que fica entre os meus braços.
E nossas veias abertas,
ramificadas raízes,
são extensões, diretrizes,
riachos sob as cobertas.
 
Luiz Medina

INVEJA,,,

 
            PENSANDO A INVEJA E A ADMIRAÇÃO
Podemos pensar a inveja como o sentimento de alguém com baixa auto-estima que, ao comparar-se com outro alguém, perde-se em sensações negativas de pequenez, de menos-valia, se sentindo diminuída.
Estas pessoas não compreendem que cada um tem seu jeito de ser, seu ritmo de viver, seu próprio brilho. Que não estamos nesta vida para sermos melhores ou piores do que ninguém, mas sim, para realizarmos o potencial que existe em cada um de nós. Serm...os sempre melhores comparados a nós mesmos.
Claro que alguém irá dizer... mas como sabermos se somos melhores sem um parâmetro de comparação? Não necessitamos de um padrão de comportamento com todas as características que definiriam o que é ser bem sucedido para aí sim, podermos alcançá-lo?
No caso eu até concordaria, mas teria a certeza de que esta comparação com o outro para ser válida, teria de nos levar a um aprendizado. Comparar-se com o outro de forma sadia, é aprender com o outro e isto se chama Admiração.
Por isto podemos dizer que no fundo de todo sentimento de inveja, existe o sentimento de admiração, pois a inveja nada mais é do que a admiração pelo outro, aliada a decepção consigo mesmo. Por conta da baixa auto-estima do invejoso, este busca diminuir o seu objeto de admiração, pois na incapacidade de aprender com ele, ser como ele, ele simplesmente opta por destruí-lo, ficando assim, ambos no mesmo plano pequeno, miúdo, rasteiro.
Feliz daquele que se alegra com a alegria do outro, pois não se sente frustrado como o invejoso, que tenta roubar a alegria alheia.
Não se resolve a tristeza consigo mesmo torcendo pela tristeza do outro. Não se dissipa as próprias limitações com as limitações do outro.
Daí acreditar que devemos ser padrões de nós mesmos para podermos encontrar a alegria de sermos o que somos e saber que poderemos ser muito mais.
É como a fábula do Mestre já em idade avançada que no leito de morte, ouviu de um de seus discípulos:
Mestre tem medo da morte? E o Mestre respondeu: Sim, tenho medo do meu encontro com Deus. O discípulo sem entender disse: Mas Mestre, você foi um exemplo de vida. Foste sábio como Moisés, justo como Salomão. O Mestre interrompe o discípulo dizendo: Quando eu estiver frente a frente com Deus, ele não me perguntará se fui como Moisés ou como Salomão, mas sim, se eu fui eu mesmo.
Concorda?
Só para registro e reflexão.
 
FERNANDO MARTINS
Terapeuta Holístico

POR QUE...OU POR QUEM OS SINOS TOCAM?

 
 
 

 
Em terras ermas existe um velho campanário
cercado pelas muralhas do tempo,
e rodeado pelas pegadas do vento

 Ali é moradia dos sinos que foram ali esquecidos
e não foram destruídos pela intempérie do tempo....

 
Muito raramente no suave balançar do vento
eles tocam, tocam, tocam... uma suave melodia
que ecoa pela ravina despertando a madrugada que dorme
aconchegada nos braços do silêncio.

Porque os sinos tocam?
Talvez para anunciar um novo dia que se abre na névoa fina,
invade estradas vazias com seu som melodioso.
E quando os sinos tocam até os pássaros se calam, quando  ressoam os badalos dos sinos do campanário.
Porque, ou por quem os sinos tocam?
Só o vento sabe a resposta.

 Cristiane Coradi.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ALMA PEREGRINA...

Alforge.
Quem será este homem antigo de vestes poídas,
o que carrega no seu alforge?
Carrega quimeras, dores, esperança,
 

doçura, lembranças...
carrega no rosto,
 rugas profundas desenhos da vida...
nos olhos,
 carrega estradas, noite, açoite.
no corpo,
 carrega chagas de mágoas, dores atrozes
neblina de longos invernos vividos.
Nas mãos,
 traz água cristalinas, estrelas frias,
flores selvagens e rosas de vida enganosas.
Nas costas,
 
carrega planícies, luz, deserto sem fim

 nos pés
 carrega cascalhos, escadarias em ruínas
notícias que circulam no vento,
 narrativa de suas raízes.
Na alma,
 carrega luminosidade, fé e força
 nas palavras,
 leva sementes, e lança no tempo
nas asas da liberdade.

 Cristiane Coradi.

domingo, 21 de setembro de 2014

Momentos... que a leveza se vai...


VÁ-SE EMBORA TRISTEZA...


 
Vá-se embora tristeza,
Leva contigo a noite escura,
A cor cinzenta dos meus dias,
E portas cerradas do meu coração.
 

sábado, 20 de setembro de 2014

QUAIS OS MEUS DIREITOS??????

 
 Quais os meus direitos,

Nesse mundo tão sem jeito ?
Quero poder exercê-los,...

Sem perguntar...

Posso tê-los ?

domingo, 14 de setembro de 2014

EU...EU MESMA!

O MEU LAR SOU EU MESMA,
E O LEVO AONDE VOU... 
 
Não importa onde moro,
Se num castelo no centro,
Ou num casebre no bairro,...

O meu lar é o que carrego,
Dentro de mim construído,

Aqui chegam sem bater,
Não há trancas a proteger,
Me escolhem como morada,
Para sempre ou temporada,

Meu coração é assim...
Um lar para você e para mim,
Tem os que sentam e brincam,
Gostam se aconchegam e ficam,
Há os que vem se energizam e vão,
Deixam gravadas as marcas,
  que tento apagar em vão,

As paredes desse meu coração,
Tem manchas, rachaduras, que são cicatrizes,
Daqueles que entraram e foram algozes,
Mas há também florezinhas, pintadas de arco íris,
Que são em maior quantidade,
Dos que deixaram saudade,

Mas há nesse lar coração,
Que trago, dentro de mim,
Sem me importar onde aporto,
Se seguro ou com conforto,
Um imenso espaço sem fim,
Para acolher a você e a mim.

O meu lar,
Sou eu mesma,
Anda por onde eu o levar,
Se quiser morar comigo,
Não há portas, pode entrar.

Irani Martins
12/09/2014