sábado, 20 de dezembro de 2014

O NATAL QUE CONHECI...ACONTECE POR AÍ?


DO NATAL E DAS COISAS DA INFÂNCIA.

Relembro... relembro sempre... e revivo!
Como são boas as lembranças que tenho!
Quem as ouve, pensa até que foi só alegria.
Sei que não foi, mas recebi a graça divina de só lembrar o gosto bom das coisas boas daquele tempo.
Natais simples, sem consumismo, até por ser uma era em que vivíamos um pouco à margem disso, mas natais muito felizes!
Lembro-me do Hermes (antigo empregado) chegando, de carroça em frente `a casa, carregando uma leitoa, milho, frango e o Peru embebedado (pois esta era a receita de um assado macio), dos parentes que chegavam, do cabrito à caçadora, do cacho de uva colhido no quintal da casa, da maçã (bebida) tão bem vinda.
Mas... acima de tudo lembro...
Lembro-me da bagunça para fazer a rabanada.
De meu pai bravo, pois queria tudo no jeito para fazer seu prato de natal. Lembro-me dele...
Lembro-me dele, abrindo as portas e colocando um disco na vitrola, enquanto íamos ver o presépio na igreja.
O presépio era especial. Era o centro do natal.
Lembro tanto do meu pai!
Ele nos ensinou a viver o natal em plenitude e a solidariedade ao mesmo tempo.
Se não o fazemos foi por opção adquirida ao longo de nossas vidas.
Mãe, lembra-se do manjar branco? Com calda de vinho? Prá mim natal tem que ter tudo isso e muito amor!
Onde foi parar aquele natal? Perdeu-se nas compras de roupas, de tender, de castanhas e tantas frutas?
Tanto a saborear e tão pouco sabor de natal.
Natal a gente saboreia no coração, vivenciando cada parte, preparando tudo com muito amor.
O coração canta, mesmo que os lábios não demonstrem.
A gente renasce, mesmo que tudo esteja meio confuso.
Afinal... é natal... nascimento, renascimento...
É o amor feito homem que chega e nos abraça com a própria vida.

Irani Martins 
 14.12.1999.
 

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