MEU
PÉ DE MANGA ROSA
Lá está ele,
No mesmo lugar onde foi plantado.
No pé da rampa que desce ao quintal.
Quando passo pela varanda há entre nós um diálogo
silencioso...
Eu lhe falo das minhas lembranças, conto da minha
saudade;
Dos dias idos, em que tu colhias, ao amanhecer, as
mangas caídas ao chão;
De como gostavas de chupá-las, sugando pelo biquinho;
De como o considerava -“O PÉ DE MANGA ROSA” - um
manancial de gostosura;
Contei que fazias montinhos de mangas e voltava
recolhendo em uma cesta;
E quando se ia, levava consigo seu tesouro infinito de
sabores.
E em nosso diálogo silencioso, ouvi o meu pé de manga
rosa;
Ele me disse coisas, que vão além das minhas
lembranças...
Além da minha saudade...
Falou-me sobre olvidar o tempo;
Sobre a colheita que não fiz;
Disse-me que colhi lembranças...
De falar dos vários tons das suas cores;
Das cenas que guardei e estou a lembrar;
E, contudo, não colhi o sabor de experimentar “juntinho”
o sabor da manga rosa no biquinho;
De juntas fazermos a colheita de suas mangas;
Olvidei o tempo, achando que faria dele lembranças
também.
Mas o tempo não para. Ele não esperou por mim e passou!
E com ele, passou o momento da verdadeira colheita...
Quatro anos depois...
O pé de manga rosa volta a florir;
E está carregado de mangas, prometendo uma safra longa
de doce sabor;
E você não as colherá...
E eu, só tenho as lembranças colhidas,
E colho agora, a eterna saudade de você.
Te amo, mãe querida, para todo o sempre!
Irani Martins
21/09/2015
Boa Tarde Querida Poetisa; Bela e saborosa Crônica gostei muito de ler muito bem escrita tenha uma ótima semana bjosss parabéns
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