A DOR... QUE DÓI.
E tem aqueles dias que
temos que ser de ferro.
E como ser ferro, quando
somos apenas um amontoado de emoções, abraçadas por esse corpo frágil que tudo
absorve?
E os doentes do físico e da
alma que nos rodeiam, esperam que sejamos seu esteio.
E. vamos sendo, assim, um
remendo de força....
Cabeça erguida, coluna
ereta, vamos tentando ser!
Apoiamos-nos em muletas que
criamos para nos ajudar nessas empreitadas da vida.
Mas, contudo, seguimos em
frente.
Vezes há que conseguimos
ter palavras no momento preciso, ações nas horas mais difíceis, mas há também
os dias, as horas e tantas vezes que a covardia nos acorrenta, nos imobiliza.
Parece que se esgota em nós
a fonte de palavras consoladoras.
Não é um cansaço, mas “um
que” de não conseguir olhar nos olhos que sofrem, por não alcançar a
profundidade da dor, e não saber mais os recursos verbais que amenizam.
Os olhos buscam esperança,
não mais apenas palavras!
E a covardia que se apossa
de nós, nos pede para sair de cena, mas uma covardia maior ainda, aquela que
nos coloca a mercê dos julgamentos sobre nossas ações, nos segura mais um
tempo.
É um doer doído!
Dói ver e não agir. Dói
olhar os olhos que gritam em silêncio e não saber mais o que dizer,
Dói... dói...Dói não saber
plantar novas esperanças...
Não saber curar com as
mãos, não ter o remédio para essa dor, que passa a doer aqui também!
Só resta então... um último
recurso, orarmos juntos, mesmo em silêncio, pois até o convite é mudo.
Irani Martins
21/09/2015
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