Você, que está comigo, e sem falar me ouve, que vive nos meus
pensamentos,
E para ti falo tanto?
Para você meu amigo, conto tudo.
Nada escondo, porque moras dentro de mim.
Você é o ser que me conhece mais que a mim, no entanto, só te encontro
aqui...
Bem dentro de mim.
Te crio, conforme preciso,
Te busco conforme a solidão,
Você nem sabe, mas te amo, por me ouvir e estar aqui,
Sempre à mão!
Às vezes você é meu irmão, aquele de carne, irmão de sangue, que trago,
aqui, no pensamento, preenchendo minhas ausências, para te contar tudo o que
aqui me vai.
Às vezes, tu és um primo, querido, que está distante, mas por lembranças
queridas, te julgo meu confidente.
Tem dia, que te trago aqui, você, meu amigo, companheiro de antigas
jornadas, que marcou a minha vida, deixou suas partes em mim, e agora, sozinha,
te busco para te contar.
Muitos momentos te trago, minha mãezinha querida, com medo de atrapalhar
seu descanso, mas existem aqui tantos
vazios, que supres, só por
me ouvir, apenas!
E nas horas de maior dor, aquela saudade que aperta, e não posso clamar
por presença, te trago, filhos amados, e lhes falo dessa ausência, tão longa!
Quem é você, meu amigo,
Que está sempre comigo,
Nas minhas noites de insônia, nas minhas tristezas infindas?.
És, um irmão,
Um filho, um amor,
Um pai, às vezes mãe,
Meu amigo!
Aquele, para quem desnudo meu mundo, entre lágrimas, choros e risos.
Todos que amo, busco, e aqui quero comigo,
Quando não posso ter a presença
que toca!
Mas você está tão presente, mediante a intimidade que fica,
Que se não te toco com as mãos,
Toco-te com minha alma.
Nem sempre é só tristezas,
Vezes há, que as notícias são boas,
Mas à volta não encontro quem me ame a ponto de comigo festejar.
Aí eu faço assim... escolho, um de vocês...
Um amigo, um irmão, um filho, um amor, e trago aqui para dentro,
E falo... falo e conto...
É um diálogo capenga, onde somente eu falo tanto,
Mas fico aqui na esperança,
De ter alcançado seus sonhos.
Mas o que mais me admira...
É que prá você... conto tudo!
Mas se vier...carne e osso...
Provavelmente... nada direi!
Quem é você?
Você é o que eu queria que fosse,
Nestas horas tão incertas,
E trouxesse um carinho, um
abraço,
Uma palavra, que fosse...
Que rompesse, nesse momento,
O cordão da solidão!
Irani Martins
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