PRENDI
O CANTO DO PÁSSARO, CONTIGO, NA GAIOLA.
Quando vi que o som da
natureza não te acordou,
Que o canto dos pássaros,
não adentrou o seu mundo,
Que não mais via o mundo
com os mesmos olhos,
E todo o som que ouvia, era
o ruído dos seus próprios pensamentos,
Prendi o canto do pássaro
em uma gaiola,
E coloquei à sua frente,
Na esperança que
renascesses...
Vivi um mundo inquieto,
De olhos atentos,
De “ouvidos em pé”,
De silêncio profundo,
Esperando sinais...
Um brilho nos olhos,
Uma palavra muda,
Um som que falasse...
Um gesto de vida.
E o canto engaiolado foi
trinando mais alto...
Repicava a garganta, o
canário que cantava,
Se não sabia em
consciência,
Adivinhava a
responsabilidade do seu canto,
E cantou...
Aprendeu novas notas,
Criou novos compassos,
E tornou mais belo o seu
canto,
Adentrou o ouvido que se
mostrava surdo,
Deu vida aos olhos
embaçados,
Movimentou a boca num
sorriso tímido,
Trouxe ação ao corpo que se
mantinha inerte.
E este, num momento de
descuido,
Se fez vivo,
E trouxe uma companhia para
seu pássaro cantante,
Quanto te vi,
Surdo para som do mundo,
Prendi o canto do pássaro
contigo na mesma gaiola,
E trouxe a vida de volta para
ti.
Irani Martins
07/09/2016
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