sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vida, bela vida!


Adorei ter ido ao "Talhadão", esse lugar maravilhoso, onde podemos nos sintonizar com a Divindade, tamanha é a beleza que nos rodeia.
Aí penso, na minha responsabilidade com o universo e me vêm à mente esse poema de Fernando Pessoa, que nos diz que a vida não termina aqui, mas continua em outra dimensão e retornaremos  a esta tantas vezes quanto necessário. Assim faço uma analogia...Ao retornar encontrarei essa beleza natural?

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que sogue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo : "Fui eu ?"

Deus sabe, porque o escreveu.


Fernando Pessoa


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