sábado, 22 de janeiro de 2011

DEPRESSÃO OU TRISTEZA?

Depressão. Doença do corpo e da mente


A depressão consiste em uma tristeza em proporções elevadas que impede a pessoa de manter o estilo de vida do cotidiano. Vale salientar, que o sentimento de tristeza necessariamente não é sinal de um episódio depressivo, pois na tristeza em si, existe também momentos de bom humor ou esperança, e a pessoa consegue executar as tarefas do dia-a-dia; já na depressão, há uma tristeza mais duradoura , interferindo em todos os aspectos da vida, inclusive na execução de tarefas diárias pela falta de vitalidade e de ânimo.

Já se sabe que a depressão, na grande maioria dos casos, ocorre por uma alteração em substâncias do sistema nervoso central, responsáveis pela comunicação das células nervosas e que, por algum motivo não estão circulando como deveriam. Logo, quase sempre é necessário no seu tratamento administração de medicamentos pelo médico psiquiatra, além do acompanhamento psicológico e também da realização de exercícios físicos; estes últimos aumentam a produção química no nosso cérebro, ajudando na comunicação das células nervosas.
Além disso, é importante frisar que três fatores contribuem para o início da depressão:

• Genéticos: famílias com vários casos de depressão (porém, nem toda pessoa com genética favorável vai ter a doença);

• Psicológicos: indivíduos com baixa auto-estima, que se vêem e ao mundo com pessimismo, ou que têm baixa resistência ao estresse;

• Ambientais: uma perda significativa, o surgimento de uma doença crônica, conflitos de relacionamento, dificuldades financeiras, etc.

Vale salientar que com freqüência é a combinação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais que levam ao desenvolvimento de um episódio depressivo.

Alguns sintomas devem estar presentes para se suspeitar de um diagnóstico de depressão, como:

• Tristeza, desânimo, pena de si mesmo;

• Falta de apetite (às vezes apetite em excesso);

• Falta de desejo sexual; insônia ou sono em excesso;

• Pensamentos pessimistas que não saem da cabeça;

• Sensação de falta de sentimentos; inquietação; irritabilidade;

• Pouca concentração numa leitura ou em guardar na memória o que leu; dificuldade para tomar decisões;

• Sentimentos de desesperança, culpa, inutilidade e desamparo;

• Choro à toa ou dificuldade para chorar; baixa auto-estima;

• Falta de interesse por atividades simples como tomar banho e assistir televisão, ou por coisas que gostava de fazer e pessoas com as quais gostava de conviver;

• Dores difusas, vagas, na cabeça e no corpo (mesmo apresentando exames normais);

• Idéias de morte e tentativa de suicídio; etc

Não é necessário apresentar todos esses sintomas para pedir ajuda, na realidade, a permanência de dois ou mais durante mais de duas semanas já é um aviso para se procurar um médico.

Existem ainda atualmente alguns mitos que foram criados em torno do diagnóstico de depressão e que, muitas vezes, impedem o sucesso do tratamento, como:

“Depressão passa só com pensamento positivo”;

“Depressão é falta de amor”;

“Depressão é preguiça, é falta de força de vontade”;

“Depressão é doença só de adulto”; etc...

Cabe a cada um de nós aprender a identificar os sintomas de um episódio depressivo, além de tentar desmanchar esses e outros mitos para que o tratamento seja iniciado o quanto antes com o psiquiatra e o psicólogo, pois a pessoa deprimida não escolhe ficar doente, mas nós podemos escolher ajudá-la a se curar.

Lara Ferreira Guerra


Psicóloga CPR 13/3028



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