terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Promessas...


E como o ano termina, com a humanidade fazendo promessas,
Aqui vai a minha...
Que eu não seja uma promessa vazia!
Que eu carregue dentro de mim, doravante, a certeza das mudanças que quero, e mesmo que não as faça acontecer, possa delas me lembrar todos os dias, para que continuem na minha pauta das coisas importantes, e possíveis, basta minha vontade.
Que Eu possa me olhar nos olhos pela manhã, e ter orgulho de mim, sabendo das minhas quedas, das minhas deficiências, consciente de que sou um ser na senda evolutiva, que convivo com minha parte sombria, de forma a trazê-la para a luz, e que nunca venha a escondê-la de mim mesma.
Que possa ser luz, para os que estejam comigo na jornada, apesar de mim.
Que os meus pesares, virem plumas, quando comparados com a dor do outro, que a medida com que medirei minhas dores, seja decrescente a cada dia, e tenha como unidade valores ínfimos.
Que a dor do meu irmão, seja sempre maior, que a minha, e me fira mais, pois assim, saberei entoar minhas preces e estas, com certeza, alcançarão o céu.
Que a compreensão, e a tolerância estejam comigo, mas que a misericórdia faça morada em mim.
Que sejam, portanto, meu norte, e eu me faça forte!
Que 2015, venha e me encontre assim...
Cheia de promessas...
Com vontade de fazer acontecer o melhor em mim!
 
Irani Martins
30/12/2014
 

Silencioso pranto sofrido...



 
A LÁGRIMA QUE ESCORRE
 POR FORA...
 
A lágrima que escorre por fora,

Jorra caudalosa por dentro, agora.

Silencioso pranto sofrido,

Calada dor, que sufoca, doída!

 
Não há alegria, onde for,

Onde se instale uma dor,

Se ela se instala tão triste,

No rosto amado e  tu, viste!

 
O choro nasce de olhar,

Um outro olhar, embaçado.

Sem o brilho, que há muito foi embora,

Mostrando o escuro da alma que chora.
 

Se me por, por aí a andar,

Andar... andar...sem olhar...

Não vê-lo em seu furação,

Talvez assim me acomode,

Acalme o meu coração,

 
Mas onde encontrar alegria,

Pra colorir o meu dia,

Se seu sorriso que é luz,

É o que me sustenta e eleva.

Não Vem dissipar minhas trevas?

Irani Martins
10/05/2014

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

É NATAL!!!!!

Rabanadas
 
Uma rabanada, não é nada!
E nada é só uma rabanada!
Uma rabanada é ato de amor,
Dedicado às pessoas queridas,
Que rimam família e comida.
 
Uma rabanada...
È prazer antecipado na espera,
É obra a quatro mãos!
Enquanto um corta o pão...
Outro bate as claras...
De longe alguém faz as malas!
 
Alguém tempera o leite, com açúcar,
Canela e baunilha...
O outro embebeda o pão e fica uma maravilha.
Depois é só organizar...
Passar o pão nos ovos batidos,
Não ligue para os latidos,
Chicó sente que vai ganhar.
 
Quando a gordura está quente,
Começa a chegar gente...
Frite uma de cada vez...
Para não perder a maciez!
Escorra e passe no açúcar urgente!
 
Se olhar verá na janela, mesmo sem convidar,
Pessoas a salivar!
Uns já querem comer quente,
Outros esperam gelar, pois fica mais consistente.
 
De qualquer forma é muito bom, agrada a gentarada!
Mas rabanada... Não é só uma rabanada!
Rabanada tem história...
Que começam a surgir, quando se puxa a memória!
 
Rabanada é doce, é salgada...
Quando alguém faz milanesa, ao invés de sobremesa!
Rabanada tem memória,
De Avô, avó, tios, tias e primos.
Rabanada tem risadas e coisas que só nós vimos!
 
Rabanada é natal!
É para nós, prato principal!
Rabanada é Vera e Domingos,
Sempre ali, tão amigos!
 
Rabanada são meus filhos,
Para quem faço todos meus mimos.
Mas, Rabanada...
Não é só uma rabanada!
Rabanada tem gosto de família.
Tem sabor também de alegria.
 
Rabanada...
Rima com meninada.
Tem canela,
E me lembra a Mirela...
Rabanada não se faz pouco...
Pois todos comem, feito louco!
 
O Henry quer comer quente,
Assim comem muita gente!
O Purita não quer só uma,
Ou três, ou não quer nenhuma!
 
Mas o bom mesmo da rabanada...
É ver quando a meninada...
Espera... ansiosamente!
Alguém por em cima do prato de arroz quente!
 
Existe até uma aposta,
E disso a garotada gosta,
Para ver quem comete o engano,
De trocar sobremesa...
Por milanesa,
No natal do próximo ano!
Irani Martins

                                                                

sábado, 20 de dezembro de 2014

O NATAL QUE CONHECI...ACONTECE POR AÍ?


DO NATAL E DAS COISAS DA INFÂNCIA.

Relembro... relembro sempre... e revivo!
Como são boas as lembranças que tenho!
Quem as ouve, pensa até que foi só alegria.
Sei que não foi, mas recebi a graça divina de só lembrar o gosto bom das coisas boas daquele tempo.
Natais simples, sem consumismo, até por ser uma era em que vivíamos um pouco à margem disso, mas natais muito felizes!
Lembro-me do Hermes (antigo empregado) chegando, de carroça em frente `a casa, carregando uma leitoa, milho, frango e o Peru embebedado (pois esta era a receita de um assado macio), dos parentes que chegavam, do cabrito à caçadora, do cacho de uva colhido no quintal da casa, da maçã (bebida) tão bem vinda.
Mas... acima de tudo lembro...
Lembro-me da bagunça para fazer a rabanada.
De meu pai bravo, pois queria tudo no jeito para fazer seu prato de natal. Lembro-me dele...
Lembro-me dele, abrindo as portas e colocando um disco na vitrola, enquanto íamos ver o presépio na igreja.
O presépio era especial. Era o centro do natal.
Lembro tanto do meu pai!
Ele nos ensinou a viver o natal em plenitude e a solidariedade ao mesmo tempo.
Se não o fazemos foi por opção adquirida ao longo de nossas vidas.
Mãe, lembra-se do manjar branco? Com calda de vinho? Prá mim natal tem que ter tudo isso e muito amor!
Onde foi parar aquele natal? Perdeu-se nas compras de roupas, de tender, de castanhas e tantas frutas?
Tanto a saborear e tão pouco sabor de natal.
Natal a gente saboreia no coração, vivenciando cada parte, preparando tudo com muito amor.
O coração canta, mesmo que os lábios não demonstrem.
A gente renasce, mesmo que tudo esteja meio confuso.
Afinal... é natal... nascimento, renascimento...
É o amor feito homem que chega e nos abraça com a própria vida.

Irani Martins 
 14.12.1999.
 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Chegada ou partida?


Chegada ou partida?
E ao descer as escadas, me vi envelhecendo...
A escada do shopping, a mesma, onde tantas vezes cuidei para que meus filhos não caíssem nela, quando lá os levava a passear.
Não foi só pelo apoio no corrimão, que percebi, pois este, já me servia há certo tempo, mas pelos passos que se tornaram mais lentos, e a posição dos pés, que se voltaram para o lado, com mais cuidado ao descer a escadaria.
Um momento e eu já não era a mesma!
Como se a pessoa que chegou ao topo da escada fosse a jovem mãe, e descendo a idosa senhora.
A partir daí, comecei a me olhar com os olhos que olhei a minha mãe.
Busquei em mim a sua senilidade.
E Quando me olhei no espelho, lá estava ela a me olhar nos olhos...
O mesmo olhar assustado...
A mesma insegurança, um tanto de perguntas sem respostas.
A única certeza, de que o tempo passou, rápido demais, com perdas demais, e não há volta!
E eu me vi, perfeitamente, dando os primeiros passos, na linha de partida, para a jornada final, rumo à reta final.
À chegada ou à partida?

 
Irani Martins
17/12/2014

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

MÁSCARAS...

                                 

                               Máscaras: livre-se delas
Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade, fingindo ser o que não sou, faço-o para atrair o outro e logo descubro que só atraio a outros mascarados distanciando-me dos outros devido a um estorvo: A máscara.

Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades e logo descubro que, ao não verem minha humanidade, os outros não podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.

Faço-o para preservar minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo, e, sim, da máscara.

Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro que aquilo que mais ofende as pessoas, das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.

Faço-o convencido de que é o melhor que posso fazer para ser amado, e logo descubro o triste paradoxo: o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

DESEQUILIBRIOS DA VIDA...











Como já disse o poeta...

"Viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre as Escolhas e as Consequências".
  Jean Paul Sartre

 Sabemos o quanto é verdadeiro, quando temos que nos equilibrar entre os bons momentos e os desencontros da vida.

Um dia o choro vem, no outro o riso explode como se fosse fogos de artifícios.

E vamos remando...

Tentando manter o barco no rumo programado.

Muitas vezes os ventos nos desviam e precisamos reprogramar a rota.

Noutros dias, podemos apreciar a beleza da paisagem, mesmo à deriva.

E há aqueles dias, de sol escaldante, que o remo se torna um peso enorme... e a vontade que dá é abandonarmos a segurança da rotina e deixar que o vento, as chuvas e as tempestades nos dê o novo trajeto.

Não sei se é desistir, mas talvez, não ser tão forte para remar contra a correnteza.

Talvez... vontade de acreditar que as tempestades possam nos levar a lugares novos para novos recomeços.

Mas... os remos estão ali...e mesmo cansados, retomamos a mesma toada, movimentamos os remos, rumo aos mesmos caminhos. 

Terras já exploradas...

Covardia?  Conformismo?

A coragem maior é mudar ou aceitar?

O conformismo está em aceitar ou muitas vezes compreender?

Onde está o medo? E a coragem?

O medo é de ficar ou de partir?

E a coragem está em ir ou ficar?

São os desequilíbrios da vida!

São as nossas escolhas de todo dia!

Barcos...

remos...

tempestades...

choro... e risos!
Irani Martins
 02/04/2013
 
 
 
 

sábado, 6 de dezembro de 2014

A VIDA AO SABOR DOS VENTOS


 
A VIDA AO SABOR DOS VENTOS

 A vida nos leva por caminhos tais,

Que não reconhecendo o nosso trajeto,

Ficamos tal qual barco à deriva,

Sem rumo e ao sabor dos ventos.
 

E nesse vai e vem,

Nos altos e baixos da maré,

Reencontramos quem era conhecido,

E por, sabe-se lá, o porquê?
 

Deparamo-nos com o estranho.

O desconhecido, o velado...

Pois uma névoa paira,

Entre o que era e o que é.

 
Não deixando ver a mentira ou a verdade.

E na inocência de quem julgava ser,

Deparo-me com a interrogação do que sou,

Onde estou, o que sei e quem são,

Os fantasmas velados.

 
O que mudou enquanto vivi e eu não percebi?

Meus olhos, parados, fitaram o infinito,

E me perdi nos sonhos sonhados,

Comigo, contigo, com todos que conheci.

 
O concreto, o palpável, o saber,

Ainda existem para mim,

Mas não situo no mundo que vivo,

A aplicação do que aprendi.

 
Os que foram não voltam,

Se voltam, não os conheço,

Se ficam, não os alcanço,

Se os alcanço não sinto o toque,

E no toque tudo se desfaz.

 
O barco segue ao léo,

Sem rumo, ao sabor do vento,

Apenas a maré que muda...

Mais alto, mais alto!

E na baixa, leva meus sonhos,

E tudo que me faz feliz!


Irani Martins
21/03/2013